terça-feira, 3 de junho de 2008

O livro

Acabei de ler o romance "A menina que roubava livros" de Markus Zusak. Fiquei emocionada com o personagem Hans Hubermann. Ele me fez lembrar uma pessoa muito querida de minha infância. O meu avô Henrique Einsfeld. Homem simples, calado , quase invisivel , que trazia no olhar, feito dois pedacinhos do céu, uma bondade que derretia qualquer idéia mais dura e equivocada a seu respeito.
Lembro-me de minha mãe contando sobre o dia em que ele pegou todos os livros, em Alemão, que tinha em casa e foi para o quintal e fazer uma enorme fogueira. Ficou ali , sentado, fumando um cigarro , pensando sobre a guerra que finalmente terminara e queimando todo passado de uma vida na Alemanha. Estava com medo, ou quem sabe, com vergonha de sua origem.
Penso que Zusak tocou numa ferida ignorada pela a humanidade. Quando se fala na II Guerra Mundial, nos vem a imagem de uma Europa destruída, o povo judeu quase extinto, mas nunca no sofrimento de uma parcela do povo Alemão,um outro lado da história, que ninguém quer lembrar.

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