Ele

Ele é robusto e delicado.Impaciente e de uma
grande compaixão.Criou raízes mas tem alma
cigana. Essa é a idéia que faço dele. Um tanto
contraditória, eu sei, mas decididamente ele
é um tipo curioso , uma personalidade original.
Ele usa a arte não só como um meio de ganhar
a vida, mas também para divertir a si mesmo e
aos outros, criando um mundo colorido,alegre
e positivo com seu talento inventivo.
Não. Ele não é fruto da minha imaginação.
Existe sim . Mesmo estando perto ou longe,
ele fica. Assim como surgiu, um dia ele vai
sumir deixando sua marca exclusiva.
Antes que essa hora chegue, quero beijar
suas mãos e dizer o quanto sou feliz por ele
ser.

Inverno carioca

Nasci em véspera de Primavera, num dia de céu azul e Sol radiante. Ou seja, detesto inverno. Para ser mais especifica, detesto inverno carioca.

Chuva no verão ainda vai, mas no frio , é por de mais melancólico e não

sei porque o inverno no Rio teima em ser assim. Usar guarda-chuva nunca foi a minha praia, sou mais guarda-sol. Andar de casaco me incomoda, gosto mesmo é bermuda e Havaianas. Edredon me sufoca ,

nada como um lençol de algodão macio e perfumado. Falando nisso, tomar banho no inverno

é uma tarefa difícil, a água tem que estar fervendo para não ter ataque de tremedeira. Ah!...

Como é bom uma ducha no verão ! Depois passar um hidratante em todo corpo para refrescar

ainda mais.

O inverno só esta começando e já me sinto assim, com saudades do verão, do calor , do Sol. Chegou minha hora de formiga, vou ficar em casa comendo o estoque

de comida armazenada e daqui a três meses volto a ser cigarra para cantar o verão.

Desapaixonar

Descobri que desapaixonar faz tão bem quanto se apaixonar. Terminar uma relação nunca é fácil, mas sair deixando a porta aberta é carregar um veneno letal.
Vencer a dor e até mesmo a vergonha de um fracasso é vencer a si mesmo.Uma batalha travada entre o querer e não poder.Ter e perder.
E quando a vitória chega traz o alivio do guerreiro cansado mas feliz por não fugir a luta de enfrentar seu inimigo mais cruel. _ O medo.
Uma sensação de liberdade, esperança de dias melhores , novas conquistas ,vai
então tomando forma e finalmente a porta se fecha.

Lua dos namorados

Ah, Lua!

Quantas histórias apaixonadas tens iluminado. Senhora solitária, musa dos poétas, amiga dos amantes que envolvidos por sua beleza se fazem cativos do amor.

Ah, Lua dos namorados!

Quero morrer de amor coberta por sua luz de prata nos braços do homem

amado. Quero assim, morrer feliz.

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( Minha homenagem ao Dia dos Namorados)

O livro

Acabei de ler o romance "A menina que roubava livros" de Markus Zusak. Fiquei emocionada com o personagem Hans Hubermann. Ele me fez lembrar uma pessoa muito querida de minha infância. O meu avô Henrique Einsfeld. Homem simples, calado , quase invisivel , que trazia no olhar, feito dois pedacinhos do céu, uma bondade que derretia qualquer idéia mais dura e equivocada a seu respeito.
Lembro-me de minha mãe contando sobre o dia em que ele pegou todos os livros, em Alemão, que tinha em casa e foi para o quintal e fazer uma enorme fogueira. Ficou ali , sentado, fumando um cigarro , pensando sobre a guerra que finalmente terminara e queimando todo passado de uma vida na Alemanha. Estava com medo, ou quem sabe, com vergonha de sua origem.
Penso que Zusak tocou numa ferida ignorada pela a humanidade. Quando se fala na II Guerra Mundial, nos vem a imagem de uma Europa destruída, o povo judeu quase extinto, mas nunca no sofrimento de uma parcela do povo Alemão,um outro lado da história, que ninguém quer lembrar.